segunda-feira, 25 de dezembro de 2006

Um conto de Natal

Pegadas na neve

O céu cinzento cor de chumbo tomara a cor branca como se fosse o tecto de uma sala imensa do tamanho do horizonte, toda atapetada com um espesso manto de neve alva onde enquanto caminhava em passos lentos e firmes, uma figura encolhida do frio imprimia os passos que dava.

Dirigiu-se à janela da primeira das muitas casas que ladeavam a avenida, onde luzes trémulas de Natal enfeitavam as árvores que dançavam ao som do vento, que lhes arremessava pequenos flocos brancos, saturando-lhes as pernadas que sacudia em golpes de tempestade.
Espreitou pela vidraça. Um sorriso ondulou-lhe os lábios confundindo-os com os longos cabelos brancos que se fundiam na barba da mesma cor. Lá dentro uma criança brincava junto à lareira, iluminada por esta, a que se juntavam os olhares dos pais como que a acariciá-la.

Aquecido na alma com aquele quadro familiar, seguiu adiante onde através de uma janela pequena, uma luz ténue fazia-se sentir num apelo que atravessava a vidraça embaciada. Uma figura pequena e dobrada pela idade aconchegava-se envolta por um xaile de lã que denunciava os anos de uso, mal cobrindo o magro corpo que se aninhava junto ao braseiro. Este solidário, aquecia a cafeteira de café, que lhe servia de consolo e de companhia. Os olhos daquele homem, que antes sorriam, agora juntavam-se tristes à solidão. As mãos dedilhavam os botões que lhe fixavam o manto do corpo, que agora retirava e colocava na maçaneta da porta daquela casa, onde batera antes de se afastar.

Continuou o caminho, no mesmo silêncio dos que caminham sós, até que um barulho de vozes lhe interrompeu o pensamento. Dirigiu-se aonde vinham as vozes, que mais perto, denunciavam uma discussão. Um casal sentado à mesa, mantinha os pratos vazios apesar da mesa farta, anunciando que era a alma a quem faltava o alimento que o desentendimento recusava. Ao lado da janela por onde assistia, num pequeno jardim resistiam as últimas rosas onde gotas de orvalho se transformaram em pequenos diamantes que o frio fabricara. Rapidamente colheu duas delas, deixando-as junto da porta do casal com dois pequenos bilhetes de papel que escrevera de improviso na soleira da porta. Tocou a sineta e regressou apressado ao caminho, enquanto as vozes se calaram na surpresa do toque.

De volta ao silêncio da caminhada, continuou lento, olhando para uma janela, esta um pouco mais iluminada que as restantes. Espreitou furtivo para o candelabro que iluminava intensamente um pequeno oratório, onde uma mãe ajoelhada erguia as mãos, como se buscasse a toalha de linho invisível que lhe enxugasse as lágrimas que lhe corriam pelas faces. Adiante, sentado estava um pai de cabeça tombada que encostava às mãos, que tomara nas suas, de um filho enfermo e febril. Cá fora a expressão do rosto daquele homem fazia coro com as daqueles pais que observava, enquanto colocava as palmas das mãos abertas sobre as vidraças, como se projectasse a bênção que a sorte desconhecera até então e que o sorriso inesperado da criança anunciava agora discreto.

A volta ao trilho por onde viera fez-se serena, como mansa era a neve que cobria tudo por onde passara e seguia agora. Um choro baixo mostrava-se discreto, escutado talvez, apenas por aqueles ouvidos treinados pela experiência de ouvir os que clamam em silêncio. Assomou à janela que só ouvindo se apercebia da pouca luz que as vidraças teimavam em deixar ver. Dois rostos ladeavam uma mesa vazia onde uma jarra de flores tomava digna, o lugar que a refeição não ocupava, deixando espaço a dois pares de mãos que pousavam solidárias sobre a toalha branca como a neve. As vestes eram simples e os remendos gritavam mudos de orgulho os cuidados que recebiam apesar do uso, agora menos intenso na actividade, provavelmente por falta de trabalho que atormentava quem aquelas vestiam. Apressado, o homem retirou dos bolsos um embrulho enrugado, onde guardava a refeição seguinte que contava como sua e que o corpo agora recusava. Juntou-lhe algumas moedas que recebera como pedreiro livre e pedinte e deixou no parapeito da janela onde batera no momento de se afastar.

Continuou a caminhar, agora dirigindo-se a um vulto que o acaso lhe fizera encontrar, encolhido na soleira de uma porta, por onde o calor se deixava escapar sorrateiro sob a porta pesada duma casa igualmente imponente e aquecida, reforçando o calor que pedaços de cartão a custo asseguravam delicadamente, como se embalassem o mais frágil dos seres. Com o cuidado de não acordar o homem que dormia quase inconsciente no frio, tirou-lhe as roupas velhas e o calçado roto que rápida e furtivamente trocou pelas suas, como se na troca ganhasse o melhor dos tesouros.

Voltou ao caminho que tomara antes, apoiado num bordão feito de madeira de acácia, perseguindo os passos que agora eram mais leves enquanto a iluminação de Natal se inclinava diante do brilho que levava nos olhos e o sorriso dos lábios calava o silêncio na noite e as mãos abertas acalmavam o vento e o frio. Olhava para si mesmo, feliz com os braços abertos de contentamento que a parca indumentária que agora tinha tomava lugar em vez das vestes vermelhas que usara como uniforme na noite de Natal. Não ia de trenó nem eram as renas que o transportavam. Era felicidade o que sentia enquanto a dava também aos outros. Era isso que o fazia sentir-se o verdadeiro Pai Natal em gestos e sinais que só ele entendia.

Autor: Sheikh

terça-feira, 19 de dezembro de 2006

A excomunhão da Maçonaria


VOZ DO PASTOR
D. Eugênio de Araújo Sales26/01/2001
Desde o Papa Clemente XII, com a Constituição Apostólica “In eminenti”, de 28 de abril de 1738 até nossos dias, a Igreja tem proibido aos fiéis a adesão à Maçonaria ou associações maçônicas. Após o Concílio Vaticano II, houve quem levantasse a possibilidade de o católico, conservando a sua identidade, ingressar na Maçonaria. Igualmente, se questionou a qual entidade se aplicava o interdito, pois há várias correntes: se à anglo-saxônica ou à franco-maçonaria, a atéia e a deísta, anti-clerical ou de tendência católica. Para superar essa interrogação, o Documento da Congregação para a Doutrina da Fé, com data de 26 de novembro de 1983, e que trata da atitude oficial da Igreja frente à Maçonaria, utiliza a expressão “associações maçônicas”, sem distinguir uma das outras. É vedado a todos nós, eclesiásticos ou leigos, ingressar nessa organização e quem o fizer, está “em estado de pecado grave e não pode aproximar-se da Sagrada Comunhão”. Entretanto, quem a elas se associar de boa fé e ignorando penalidades, não pecou gravemente. Permanecer após tomar conhecimento da posição da Igreja, seria formalizar o ato de desobediência em matéria grave.
A Congregação, no mesmo Documento de 26 de novembro de 1983, declara que “não compete às autoridades eclesiásticas locais (Conferência Episcopal, Bispos, párocos, sacerdotes, religiosos) pronunciarem-se sobre a natureza das associações maçônicas, com um juízo que implique derrogação do quanto acima estabelecido”. O texto faz referência à Declaração de 17 de fevereiro de 1981, que reservava à Sé Apostólica qualquer pronunciamento que implicasse em derrogação da lei canônica em vigor. Tratava-se do cânon 2335 do Código de Direito Canônico de 1917, que previa excomunhão “ipso facto” a quem ingressasse na Maçonaria.
Reconhecer uma incompatibilidade doutrinária não implica fomentar um clima de hostilidade. Preservar a própria identidade e defendê-la, não significa incentivar atritos. Aliás, somente o respeito à Verdade facilita a paz e a busca da concórdia entre os indivíduos.
O novo Código de Direito Canônico assim se expressa: “Quem se inscreve em alguma associação que conspira contra a Igreja, seja punido com justa pena; e quem promove ou dirige uma dessas associações, seja punido com interdito” (cânon 1374). No dia seguinte à entrada em vigor do novo Código, isto é, 26 de novembro, é publicada a citada Declaração com a aprovação do Santo Padre. Diz o Documento que a Maçonaria não vem expressamente citada por um critério redacional e acrescenta: “Permanece, portanto, inalterado o parecer negativo da Igreja, a respeito das associações maçônicas, pois os seus princípios foram sempre considerados inconciliáveis com a Doutrina da Igreja e, por isso, permanece proibida a inscrição nelas. (...

... ) Eu fazia parte da Comissão do novo Código, na parte final da elaboração. Recordo-me bem. Houve uma emenda para fazer permanecer, de modo explícito, a condenação à Maçonaria, como foi obtido para o aborto, com excomunhão “latae sententiae”. A votação, no caso do aborto, alcançou os dois terços requeridos e foi incluído o termo. No que se refere à Maçonaria, houve maioria em favor da explicitação da mesma associação, mas não com o índice requerido. Nos debates prévios foi alegado não ser necessário, pois o texto já continha uma proibição implícita. (...

... ) Permanecendo a proibição no ensinamento da Igreja, houve nesse período pós-conciliar uma profunda modificação no relacionamento entre pessoas, entre católicos e maçons. Embora permanecendo separadas, existe um clima de respeito mútuo que permite um diálogo. O exemplo foi o aparecimento de reuniões entre católicos e maçons para estudo como o de uma Comissão das Grandes Lojas reunidas da Alemanha e a Conferência Episcopal Alemã, de 1974 a 1980. A Declaração final do Episcopado alemão evidencia a incompatibilidade, pois a maçonaria não mudou em sua essência. A pesquisa acurada sobre rituais e os fundamentos dessa instituição demonstra a existência de doutrinas que se excluem. Entre as causas dessa separação, enumera: a ideologia dos maçons, o conceito de Verdade, de Religião, de Deus, a Revelação, sobre a tolerância, os ritos, a perfeição do homem e a espiritualidade. De outro lado, a realidade alemã vê a possibilidade de colaboração pastoral na área da Justiça Social e Direitos Humanos.

O facto de existirem eclesiásticos na maçonaria prova que há falhas na disciplina. São dadas explicações, não justificativas, baseadas em situações históricas, como no caso da Independência do Brasil. Dom Boaventura Kloppenburg, em sua obra examina o assunto e o reduz a dimensões reais
O respeito mútuo e a fidelidade aos ensinamentos da Igreja nos possibilitam uma convivência pacífica com os irmãos maçons.

Este site foi obtido no site da Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro, Brasil e assinado pelo autor indicado.
Pode o texto ser lido na íntegra em: http://www.arquidiocese.org.br/paginas/v26012001.htm

Autor: Júlio Verne

terça-feira, 12 de dezembro de 2006

As quatro estações

As estações do ano:
A Terra possui vários movimentos, dos quais merecem destaque dois por serem os mais evidentes. Assim, temos o movimento de rotação que a leva a dar uma volta sobre si mesma em 24 horas e um movimento em volta do Sol em que demora 365,25 dias a fazer o percurso completo.
Como se sabe o movimento de rotação leva à sucessão dos dias e das noites e realiza-se em torno de um eixo, o eixo de rotação. Aos pontos onde esse eixo de rotação toca na superfície terrestre damos o nome de pólos.
Se imaginarmos esse eixo prolongado no espaço para norte e para sul, vamos ter aos pólos da esfera celeste. Junto ao pólo norte celeste está a famosa Estrela Polar. Aliás, a estrela tem esse nome por estar perto do pólo. No hemisfério sul, não há nenhuma estrela brilhante junto ao respectivo pólo, por isso não há uma «estrela polar do sul».
Ao longo de todo o ano vemos a Estrela Polar quase na vertical do nosso pólo norte, ou seja, não há uma modificação significativa da direcção do eixo de rotação da Terra em relação ao céu num período de um ano. (Para períodos bastante maiores há uma mudança chamada precessão, mas essa não importa para esta explicação.)
Mas é em relação ao Sol que as coisas “aquecem” mais.
Para começar, ao girar em torno da nossa estrela, a Terra “desenha” um plano. Ora acontece que o eixo de rotação tem em relação a esse plano da órbita da Terra uma inclinação de cerca de 23,5º. (Ver figura anexa)
É essa inclinação a causa das estações do ano. Assim, nas datas dos equinócios o Sol aparece na vertical do equador ao meio-dia e por toda a Terra nasce rigorosamente a este, tendo o seu ocaso a oeste.
Uma vez passado o dia do equinócio, o Sol vai ser visto cada vez mais afastado, seja para norte, seja para sul do equador. Entre 21 de Março e 21 de Junho aparece cada vez mais a norte. Cerca deste último dia, atinge o solstício de Verão do hemisfério norte, pelo que ao meio-dia está na vertical do trópico de Câncer e ilumina generosamente o hemisfério norte. Nesta época do ano, os dias são maiores do que as noites (na região do pólo norte é sempre dia). Estando mais horas acima do horizonte e mais alto no céu, causa uma subida acentuada da temperatura. Em compensação, nessa época no hemisfério austral os dias são curtos, e no pólo sul é sempre noite.
Depois do solstício de Junho, o Sol vai aparecer cada vez mais para sul, até que cerca de 21 de Setembro fica na vertical do equador, tal como seis meses antes.
A partir dessa altura, os dias no hemisfério sul são cada vez maiores do que as noites (e ao contrário no hemisfério norte). Nessa fase o Sol é visto cada vez mais a sul. Assim, cerca de 21 de Dezembro o Sol é visto na vertical na latitude do trópico de Capricórnio ao meio-dia.
O ciclo prossegue com o Sol a surgir cada vez mais para norte até que, chegados ao equinócio de Março, temos de novo o Sol sobre o equador e os dias a terem a mesma duração que as noites em toda a Terra. Bem… há uma excepção: nas datas dos equinócios, nas regiões polares o Sol anda “sobre” o horizonte durante as 24 horas do dia.

Curiosidades: Se o eixo de rotação da Terra fosse perpendicular ao plano da órbita, todos os dias do ano seriam dias de equinócio, ou seja, não haveria estações do ano.
Pelo contrário se aquele eixo fosse paralelo ao plano orbital (a Terra giraria deitada na sua órbita como acontece com o planeta Úrano) teríamos estações do ano muito acentuadas e, de seis em seis meses, o Sol ficaria na vertical de cada um dos pólos.

Relação entre a distância ao Sol e as estações do ano: O momento em que a Terra se aproxima mais do Sol é cerca do dia 4 de Janeiro, ou seja, em pleno Inverno no hemisfério norte.
A variação da distância, embora em termos de quilómetros seja significativa, em termos de percentagem é pouco importante (apenas 1,7%), pelo que o seu impacto no clima é discreto. Mais concretamente a variação da distância da Terra ao Sol é da ordem dos 2,5 milhões de quilómetros, mas a distância média é de cerca de 150 milhões de quilómetros.
Ainda assim, essa diferença de distância explica o Inverno menos frio (e o Verão menos quente) no hemisfério norte do que no sul. Mas onde o impacto é mais notório é na duração das estações do ano. Enquanto que o Verão do hemisfério norte conta com 92 dias o do hemisfério sul não ultrapassa os 90. A razão é simples: quando a Terra está mais próxima do Sol, no periélio, a sua velocidade orbital é maior.

Autor: Carl Sagan (gentil colaboração de Irmão de outra obediência maçónica)

sexta-feira, 8 de dezembro de 2006

Os porquês de uma escolha

Fazer parte de uma organização como a Maçonaria implica alguns compromissos assumidos livremente pelos maçons. Um dos primeiros é não revelar a identidade dos seus Irmãos.
Poderá haver quem pense que isso seja um sinal de que na Maçonaria se levem a cabo actos sinistros ou ilegais. Pelo contrário, a Maçonaria é uma escola de aperfeiçoamento dos seus membros para melhor servirem a sociedade em que estão inseridos e de uma forma geral toda a humanidade. Os valores pelos quais os maçons se batem são os mais belos que o homem alguma vez criou. Queremos um mundo onde reinem a Paz e a Justiça para todos, onde a Tolerância e a Liberdade sejam coisas banais e onde a Fraternidade e a Igualdade façam parte integrante do quotidiano. Ansiamos por um mundo onde não haja ninguém a morrer de fome, onde a tortura seja coisa do passado e a cultura esteja ao alcance de todas as pessoas.
Se tivéssemos algo de sinistro a esconder, os mais altos responsáveis por cada uma das Obediências não iriam dar entrevistas aos órgãos de informação.
O que se passa é que a Maçonaria não pretende ser iluminada pelos holofotes nem ser capa de revistas. Os maçons procuram trabalhar em sossego no aperfeiçoamento de si mesmos e ajudar, sem alaridos, à construção de um mundo melhor. Não é fácil estudar, meditar e trocar ideias no meio da confusão.
Há ainda outro aspecto que deve ser sublinhado. Ao longo da sua história, a Maçonaria deve ser das organizações mais caluniadas e perseguidas por todos os inimigos da liberdade de pensamento. Em Portugal essas perseguições foram não só frequentes como de grande violência. Por esse motivo, em muita gente há ainda um forte preconceito antimaçónico, ou no mínimo alguma desconfiança em relação aos maçons. Embora tal não tenha o menor fundamento, temos de ser compreensivos.
Nestas condições, o uso de um nome simbólico na assinatura de textos parece-me não só conveniente como perfeitamente lógico.

Quando se me colocou a questão da escolha de um nome simbólico, senti-me dividido. Poderia optar por um nome sem qualquer significado especial, do género "Zé das Botas". Mas achei que poderia aproveitar para homenagear alguém que me tivesse influenciado pessoalmente ou cuja personalidade tenha sido marcante para a sociedade humana. Pensei em vários nomes, todos dignos dessa homenagem. Por fim escolhi o de alguém que muito me inspirou em vários aspectos da minha vida: "Carl Sagan".
Não faço a menor ideia se Sagan pertenceu à Maçonaria, mas por tudo quanto ouvi dito por ele e pelo que está escrito nas suas numerosas obras, tenho a certeza de que os seus ideais humanistas em tudo se identificam com os da nossa Augusta Ordem.
Sempre gostei de ver o céu, apreciar o brilho das estrelas, observar a estranha dança dos planetas ao longo do ano. Mas só depois de ver o «Cosmos» na televisão me apercebi de como o Universo é imenso em beleza e em extensão, de como o seu estudo é fascinante e acessível a qualquer pessoa e como o infimamente pequeno está tão ligado ao infimamente grande.
Mas Sagan fez mais do que isso nas suas muitas obras. Tanto nos livros como na série televisiva, não se limitou a levar-nos consigo de visita a galáxias distantes e a planetas desconhecidos a bordo da sua “nave da imaginação”. Sagan fê-lo sempre de forma a integrar os diversos ramos do conhecimento, da astrofísica à neurologia, da história à botânica, da geologia à bioquímica, da arqueologia à psicologia. Ou seja, demonstrou claramente que os muitos ramos da ciência devem comunicar entre si.
Numa época em que a todo o momento se poderia desencadear o inferno nuclear, bateu-se contra os «falcões», fazendo ver a quem tivesse um mínimo de inteligência que numa guerra nuclear só há vencidos. Em plena Guerra-Fria, apesar de todos os obstáculos levantados por ambos os lados da «cortina de ferro», associou-se a cientistas soviéticos e publicou obras conjuntas.
Nunca o vi assumir posições facciosas em termos de ideologia ou de religião. Pelo contrário, é fácil encontrar nas suas obras um constante apelo à tolerância a ao bom senso. No seu livro «Um Mundo Infestado de Demónios» mostra bem o quanto o fanatismo e a ignorância grassam no mundo e como estamos longe de os conseguir erradicar. Era bom que todas as pessoas lessem esse livro notável.
E que dizer da beleza que nos transmite em «Sombras dos Antepassados Esquecidos», ou o realismo do seu romance de ficção (realmente) científica «Contacto»?
O problema que se me levanta não é se Sagan merece ser homenageado. O meu receio é não estar à altura de o homenagear.

Autor: Carl Sagan (gentil colaboração de Irmão de outra obediência maçónica)

quarta-feira, 6 de dezembro de 2006

ASA - "Voar" em Liberdade

O meu nome simbólico de ASA assenta em 3 pilares fundamentais, que sustentam a forma da minha forma de ser, de estar e por fim a minha razão de existir e que se traduzem na justiça, na honra e na verdade. Estes três pilares foram cimentados ao longo dos meus trinta e nove anos de existência e particularmente construídos durante vinte e nove anos no Mundo Profano.

A escolha feita em reflexões, em adoptar o nome simbólico de ASA, não tem nada de filosófico, mas muito de emocional e sentimental. Ao entrar na escuridão, e perante as responsabilidades que se deparavam a partir daquele momento, não me poderia esquecer do Homem, e que ao mesmo tempo era meu Pai, que me formou e que a ele fui beber todos os conceitos atrás descritos.
Espero portanto, com os ensinamentos que “Ele” me deu e com a ajuda de todos os demais, possa trabalhar a pedra com o objectivo de me tornar num homem ainda mais justo, mais fraterno e defensor acérrimo da Verdade neste Ideal Maçónico.

No dicionário Texto Editores:
ASA - " é um membro guarnecido de penas que serve às aves para voar" e é precisamente este último termo “voar” sinónimo de Liberdade; no sentido figurado ASA é definido por “protecção” no plural “ligeireza”;
Estes dois termos definem, por um lado a aplicabilidade do nome simbólico nesta grande família e por outro lado representa com uma grande amplitude a minha visão do Mundo Maçónico.

No dia 6 de Dezembro do ano passado passei a ser um novo Homem. Renasci

Autor: ASA

Curiosidade: ASA, foi Rei de Judá, filho de Abias, neto de Roboão e Bisneto de SalomãoRei de Israel. Trouxe a paz para Judá e reinou quarenta e um anos. Lutou com Zerá Rei Etíope e venceu, não obstante a força militar deste de um milhão de homens e trezentos carros, na Batalha que teve lugar noVale Zefata em Maressa. Os seus assuntos ficaram escritos no Livro dos Reis de Judá e de Israel. Foi sepultado na terra de Davi, tendo sido feita uma queima fúnebre extraordinarimente grande. Cr.14:2

terça-feira, 14 de novembro de 2006

Homenagem a meu pai

Na remota década de 50 do século transacto, Álvaro vivia em Queluz com sua mulher, Aurora, e o filho de ambos, Francisco, este ainda a dar os primeiros passos. As dificuldades eram mais que muitas e as perspectivas menos que poucas. Ouviu-se, então, o chamamento africano, e Álvaro rumou, com mulher e filho, para a então remota cidade de Luanda, que ficava a 17 dias de barco, numa viagem em que não escassearam as atribulações.
Francisco foi crescendo num ambiente em que os pais – sobretudo Álvaro, sempre mais interventivo e assertivo – lhe transmitiam um conjunto de princípios e de valores que só mais tarde começaram a ser entendidos na verdadeira plenitude do seu significado intrínseco.

Para não vos incomodar mais com historietas estéreis, invoco então apenas três dos incontáveis momentos que retenho das conversas com meu pai. Elenco-os por ordem cronológica, não pela hierarquia da importância que possam encerrar.

Numa conversa a três – mãe, pai e filho –, Álvaro disse a Francisco não recear que este andasse com más companhias, porque a obrigação de Francisco seria a de trazer os maus exemplos para os caminhos do bem. Falou então em coisas à época tão herméticas para mim, como a missão que estava cometida a todos os homens livres para apontarem o rumo dos bons costumes aos seus semelhantes, em ordem a que pudesse ser construído um Templo no seio do qual cada um pudesse encontrar-se consigo próprio e com os outros, no respeito pela fraternidade. E lá foi acrescentando, perante a perplexidade de Francisco, que tinha aprendido aquilo com um homem de estatura intelectual invulgar, chamado Norton de Matos que, ao que fiquei a saber, era tio de uma tia minha.

Um ou dois anos volvidos, Francisco começou a fumar, buscando assim uma forma de afirmação perante os pais de sua namorada, que o consideravam imaturo. Mas Francisco escondia ciosamente de Álvaro as provas do vício, até que um dia, inadvertidamente, entrou em casa com um maço de cigarros no bolso transparente de uma camisa.
Quando Francisco reparou no lapso, tentou emendá-lo e dirigiu-se com celeridade à casa de banho. No momento em que escondia no bolso opaco das calças a “prova do crime”, Álvaro disse-lhe, do outro lado da porta: “Não vale a pena esconderes os cigarros. Comecei a fumar com a tua idade. Estou arrependido, mas não consigo voltar atrás. E por isso não tenho moral para te condenar. Os exemplos transmitem-se por acções concretas e não por palavras vadias. Fuma e fica em paz.”.
Abrindo receosamente a porta da casa de banho, por recear que aquelas palavras encerrassem uma cilada, Francisco estacou frente a Álvaro, que lhe sorria, dizendo: “Meu filho, devemos contribuir para a construção de um mundo mais tolerante, aceitando as diferenças, mas teimando para que o nosso exemplo possa ser seguido e multiplicado. Sabes quem me ensinou isto? Norton de Matos.”. Foi a segunda vez que ouvi aquele nome.

Mas Álvaro, apesar das suspeitas de Aurora, de quando em vez, à noite, pegava numa linha e em anzóis e anunciava que ia pescar. Claro que Aurora pensava que a pesca tinha mais a ver com carne do que com peixe, até porque meu pai raramente regressava com algo que pudesse constituir um álibi inquestionável. Numa dessas noites, Álvaro convidou Francisco a acompanhá-lo. E lá fomos para uma praia deserta, a duas vintenas de quilómetros de distância.
Álvaro iscou o anzol, arremessou a linha e distanciou-se. Permaneceu calado e exortou-me a não quebrar o silêncio.
Mas, a certa altura, Francisco não aguentou mais. “Tenho fome!” – murmurou, timidamente. Álvaro foi ao farnel, retirou duas generosas postas de bacalhau e uma dúzia de batatas com casca, colocou tudo dentro de uma panela que encheu de água do mar, fez uma fogueira e a tão esperada refeição começou a ser cozinhada.
Todavia, Álvaro era uma caixa de surpresas. Foi buscar uma toalha de mesa cuidadosamente dobrada, que cuidadosamente desdobrou e colocou sobre a areia. Duas facas, dois garfos e dois guardanapos de pano completavam o cenário.

Era uma noite ferozmente tropical, em que a Lua fazia multiplicar, no espreguiçar remansoso das ondas, uma miríade de minúsculos corpos luminosos, símbolos da vida que o mar encerra. Atrás de nós erguia-se uma falésia rochosa, inclinada, de onde, de repente, começaram a surgir uns repugnantes e bem encorpados caranguejos brancos, cujo habitat era aquele. E, descaradamente, ignoraram a nossa presença, dirigindo-se para o local preparado para o repasto, apoderando-se dos talheres, que a custo removiam para os buracos onde habitavam.

Indignado, mas com medo daqueles seres que mais pareciam frutos de um filme de qualquer Spielberg de ocasião, revoltei-me com o furto e insurgi-me contra meu pai, por nada fazer para o evitar. Extasiado perante a cena, Álvaro retorquiu-me: “Deixa-os em paz. E admira a coragem deles, que enfrentam o perigo para conseguirem objectos de que provavelmente necessitarão para a construção da casa deles. Nós não precisamos dos talheres. Eles, pelos vistos, sim. Podemos comer à mão. É que também foi à custa de muita coragem que alguns homens conservaram até hoje símbolos que significam coisas que eu gostaria que tu um dia mais tarde conhecesses e de que te apercebesses. Norton de Matos ensinou-me alguns.”

Francamente, e aproveitando o facto de a cena se desenrolar na praia, permitam-me que desabafe: era muita areia para a minha camioneta. E mais ainda quando, logo de seguida, ao sentir a linha de pesca a mexer-se convulsivamente, anunciei a meu pai que, por fim, havia pescado algo, ele se lhe dirigiu, recolheu o imprevidente peixe, desembaraçou-o do anzol e devolveu-o à água.

Por instantes temi que Álvaro tivesse ensandecido. Com o mesmo sorriso, adiantou-se: “Julgavas que eu vinha à pesca? Não! Este é apenas um pretexto para sublimar o silêncio, para comungar com a natureza, para apreciar a sua perfeição e para me aperceber das minhas imperfeições.”. Pretensiosamente irónico, murmurei entre dentes: “Se calhar esse tal Norton de Matos também era pescador!...”
- Não – elucidou Álvaro. Era construtor.
- Da construção civil? – perguntei, incrédulo.
- Não. Da construção de coisas de que talvez um dia possas aperceber-te.

Assim se encerra este tríptico. Um triângulo traçado com linhas talvez metafóricas, mas nem por isso menos reais.

Autor: Álvaro

quarta-feira, 18 de outubro de 2006

Gomes Freire de Andrade (27-1-1757...18-10-1817)


Gomes Pereira Freire de Andrade e Castro nasceu em Viena, Áustria, a 27 de Janeiro de 1757, filho de Ambrósio Pereira Freire de Andrade e Castro, e da Condessa Elisabeth von Schaffgotsch.
Iniciado antes de 1785, provavelmente em Viena na Loja Zur gekrönten Hoffnung, à qual também veio pertencer Wolfgang Amadeus Mozart.
Em 1801, reúne-se em sua casa a assembleia que levou à organização definitiva da Maçonaria portuguesa, com a posterior criação do Grande Oriente Lusitano em 1802, vindo a ocupar o cargo de Grão-Mestre do Grande Oriente Lusitano de 1815 a 1817.

Defensor dos princípios de liberdade e do nacionalismo, veio a ser acusado de liderar uma conspiração liberal e nacionalista contra a monarquia absoluta de João VI, instrumentalizada em Portugal continental pela Regência, em conluio com o governo militar britânico de William Carr Beresford.

Assim, Gomes Freire de Andrade foi detido como traidor nacional junto com outras onze pessoas: o coronel Manuel Monteiro de Carvalho, os majores José Campelo de Miranda e José da Fonseca Neves e mais oito oficiais do Exército.

Feitos os julgamentos, as execuções tiveram lugar a 18 de Outubro de 1817, sábado no Campo de Santa Anna (posteriormente Campo dos Mártires da Pátria), pouco depois do meio dia, com a saída dos presos do Limoeiro, descalços e vestidos com a “alva” acompanhados por membros do clero. A última vítima, foi executada às 9 horas da noite, tendo posteriormente, os corpos sido empilhados e deitado fogo, tendo as fogueiras ardido até às 11 horas da noite, ao que D. Miguel Pereira Forjaz, a propósito da morosidade das execuções terá dito “é verdade que a execução se prolongará pela noite, mas felizmente há luar”.
No mesmo dia, no Forte de São Julião da Barra, a execução de Gomes Freire de Andrade teve lugar às 9 horas por enforcamento, seguido de decapitação, tendo sido o seu corpo posteriormente queimado e lançados os restos mortais ao mar.

Após o julgamento e execução de Gomes Freire de Andrade em 1817 e outros, Beresford deslocou-se ao Brasil para pedir maiores poderes. Supostamente havia pretendido suspender a execução da sentença até que fosse confirmada pelo soberano português. Mas a Regência, "melindrando-se de semelhante insinuação como se sentisse intuito de diminuir-se-lhe a autoridade, imperiosa e arrogante ordena que se proceda à execução imediatamente".
Este procedimento brutal da Regência e de Lord Beresford, comandante em chefe britânico do Exército português e regente de facto do reino de Portugal, levou a protestos e intensificou a tendência anti-britânica, o que conduziu o país à Revolução do Porto e à queda de Beresford (1820), impedido de desembarcar em Lisboa ao retornar do Brasil, onde conseguira de D. João VI maiores poderes ainda.

Numa atitude contemplativa dos princípios que nortearam Gomes Freire de Andrade e demais mártires que com ele perderam a vida, durante a “Primeira Republica” o dia 18 de Outubro foi assumido com dia de feriado nacional, que ainda é recordado como um dia de luto para a maçonaria portuguesa.

Rende-se assim homenagem a Gomes Freire de Andrade como um dos maiores vultos da nossa História, enquanto português e como maçon do Grande Oriente Lusitano, que ajudou a edificar e a engrandecer na luta pela Liberdade e pelo Progresso.
Nota:
No ano de 2003 o Grande Oriente Lusitano ofereceu à cidade de Lisboa um monumento em homenagem a Gomes Freire de Andrade, colocado na rua com o seu nome, em frente à Academia Militar.
Referência ao livro:
"Gomes Freire de Andrade - um retrato do homem e da sua época" da autoria de António Lopes - Edição Grémio Lusitano
Autor: Júlio Verne

sábado, 23 de setembro de 2006

A Maçonaria e a Religião

Muita gente tem assumido a existência de uma incompatibilidade profunda entre a Maçonaria, ou entre os seus princípios e a Religião, quer em termos restritos, quer em termos latos.
Esta assunção toma um carácter ainda mais estranho, quando existe a ideia de que na Maçonaria, existem referências, seja a livros sagrados (Bíblia, Alcorão, Tora, ... etc.) seja a apóstolos (designadamente a S. João) seja ainda ao conceito de “Grande Arquitecto do Universo”.
Para quem não conheça, tudo isto toma um aspecto quase de uma actividade sombria e ritualista com algum “paganismo” à mistura. Para esta imagem, tem contribuído, quer a “discrição” que caracteriza a vida e a actividade maçónica, no “fazer” e “construir” sem se esperar qualquer reconhecimento público, quer a postura oficial, nomeadamente da Igreja Católica sobre a Maçonaria, decorrente da excomunhão que por aquela lhe foi feita expressamente no passado em relação a católicos maçons, atitude que tem sofrido progressivamente novos contornos de direccionamento para todos aqueles que atentem contra a Igreja Católica sem menção expressa de serem maçons.
Para a compreensão deste posicionamento das duas entidades ou organizações, torna-se necessário compreender, não só os princípios e filosofias que as regem, como também a interpretação de cada uma delas sobre a outra, o que, naturalmente nem sempre é fácil, porquanto ambas assentam em princípios fundamentais da vida em sociedade.

Por um lado, a Maçonaria ao não aceitar quaisquer dogmas, ou melhor ainda, não aceitar a imposição de quaisquer dogmas, deixa a cada indivíduo a liberdade de escolha das suas convicções, nomeadamente religiosas, e assim, todas as religiões (incluindo a atitude ateísta e agnóstica) assumem igual importância e respeito, podendo o maçon, para acto de juramento, adoptar o livro que entenda como sagrado, seja este de carácter religioso ou outro em alternativa, designadamente a Constituição de Andersen, tido como basilar e regulador na actividade maçónica.
Assim, a referência ao “Grande Arquitecto do Universo” procura personificar indistintamente a entidade sagrada para cada maçon, independentemente da sua convicção religiosa, para que assim, e de forma universal, todos os maçons se sintam unidos na sua actuação e respeito mútuo dos seus credos.

Por outro lado, e apesar de a Igreja Católica ter contado entre o clero, figuras importantes que foram igualmente maçons, tem adoptado e mantido uma postura de distanciamento em relação à Maçonaria, não revendo nesta uma actuação que lhe conceda particular atenção ou protagonismo especiais. Para esta situação, têm contribuído igualmente situações de crispação, sobretudo quando a Igreja Católica e Governos se encontraram próximos nas suas actuações e posicionamentos de Estado, que de algum modo colidiram com os princípios maçónicos, nomeadamente quando estavam em causa os direitos fundamentais do pensamento livre dos cidadãos. Foi exemplo disso, a situação anterior a 1974 em que o Estado e a Igreja Católica assumiam uma atitude política, em muitas casos cúmplice, enquanto toda a actividade maçónica estava proibida, sendo os maçons, profusamente perseguidos e presos, face aos seus ideais de Liberdade e de Justiça que não se coadunavam com política de ditadura.

É assim, fácil de concluir, que a Maçonaria e a Religião, qualquer que seja o seu credo, não têm porque ter quaisquer antagonismos, sendo de esperar que tanto a Maçonaria como as várias religiões, em que a Igreja Católica seja uma delas, em coro, não negligenciem nem ignorem nem promovam quaisquer situações de injustiça ou outras em que estejam em causa os valores da vida e da dignidade humanas.
Deste modo seria e será de esperar que ambas, em coro e de forma natural e implícita, defendam a evolução do indivíduo, com base nos princípios morais e cívicos universalmente aceites como de bons costumes, em que todo o Homem deve ser livre, promover a Honra e a Justiça, alcançando a evolução interior, com base no seu Trabalho, no respeito pela Vida e numa atitude Solidária e Fraternal.

Autor: Sheikh

sexta-feira, 15 de setembro de 2006

O Templo de Salomão

Muitas pessoas se questionam sobre a Maçonaria, sobre o que fazem os maçons e onde se reúnem. Esta curiosidade aumenta exponencialmente, quando se falam em rituais, lojas e templos, com referência em particular ao Templo de Salomão, com todo o mistério que este encerra, assim como sobre o próprio rei que o mandou construir e quem o concebeu e construiu.
Com efeito, os maçons reúnem-se em assembleias em locais discretos, ao abrigo da indiscrição, com o objectivo de aí trabalharem com o recolhimento e a dedicação que a actividade maçónica reclama, de paz e harmonia, sem que o espaço e vida exterior perturbem o local de reunião, que se quer calmo e tranquilo.
Inicialmente, estes locais de reunião, designados por “Templos”, podiam ser quaisquer, e assim se chamam, não porque neles se exerçam actividades de adoração pagânica ou outra, qualquer que seja a sua natureza, mas essencialmente por alegoria ao Templo de Salomão e ao seu significado, que se tornou ao longo dos tempos, uma referência incontornável da sabedoria e do desejo da evolução do Homem.
Quando procuramos a descrição da construção e do próprio Templo de Salomão, somos remetidos para escritos antigos, nomeadamente para a Bíblia, uma feliz descrição da construção, que diz: “quando se edificava a casa, faziam-na de pedras lavradas na pedreira, e assim, nem martelo, nem machado, nem instrumento de ferro algum foram ouvidos na casa enquanto ele era construída”.
Deve-se no entanto, bem entendido, fazer algumas reservas a respeito dessas descrições muito precisas que não podem apoiar-se senão em textos bíblicos cuja característica dominante não é a clareza nem a objectividade.

Salomão significa em hebraico, “homem pacífico”. O Templo de Salomão significa por isso, o “Templo da Paz”, da “Paz Profunda”, rumo à qual caminham todos os maçons que se abrigam da agitação do mundo exterior.
Ele terá sido construído em sete anos, em que por muitos este número tem sido considerado importante e significativo, nomeadamente em aspectos da natureza, no espectro solar, na música, os sete sábios da Grécia, sete maravilhas do mundo, sendo por isso, conservado como número característico mais elevado, por causa do seu duplo valor, cientifico e tradicional. Considera-se também que “sete” é o número daquele que chegou à plenitude da iniciação.

Deste modo cada um de nós tenta também, fazer uma “reconstituição” material do Templo de Salomão, pois na Maçonaria, esse Templo é tão apenas e acima de tudo, um símbolo, apesar de ser um símbolo de um alcance magnífico, designadamente “o Templo ideal jamais terminado”, o templo em que cada maçon é uma das sua pedras, preparada sem machado, nem martelo, no silêncio da meditação.
Nele sobe-se aos seus andares por escadas em caracol, por “espirais”, que indicam ao Iniciado que é nele mesmo, é voltando-se sobre si mesmo, que ele poderá atingir o ponto mais alto, que constitui o seu objectivo de evolução.
Alegoricamente, o Templo de Salomão é construído de pedra, madeira de cedro e ouro, simbolizando a pedra a estabilidade, a madeira a vitalidade e o ouro a espiritualidade. Assim, para o maçon , o Templo de Salomão não é considerado na sua realidade histórica, nem na sua acepção religiosa, mas apenas na sua significação esotérica profunda e bela.

NOTA HISTÓRICA:O Rei Salomão começou a construir o templo no quarto ano de seu reinado seguindo o plano arquitectónico transmitido por Davi, seu pai. O trabalho prosseguiu por sete anos. Em troca de trigo, cevada, azeite e vinho, Hiram ou Hirão, o rei de Tiro, forneceu madeira do Líbano e operários especializados em madeira e em pedra. Ao organizar o trabalho, Salomão convocou 30.000 homens de Israel, enviando-os ao Líbano em equipas de 10.000 a cada mês. Convocou 70.000 dentre os habitantes do país que não eram israelitas, para trabalharem como carregadores, e 80.000 como cortadores. Como responsáveis pelo serviço, Salomão nomeou 550 homens e, ao que parece, 3.300 como ajudantes.
O templo tinha uma planta muito similar à tenda ou tabernáculo que anteriormente servia de centro da adoração ao Deus de Israel. A diferença residia nas dimensões internas do Santo e do Santo dos Santos ou Santíssimo, sendo maiores do que as do tabernáculo. O Santo tinha 40 côvados (17,8 m) de comprimento, 20 côvados (8,9 m) de largura e, evidentemente, 30 côvados (13,4 m) de altura. O Santo dos Santos, ou Santíssimo, era um cubo de 20 côvados de lado.
Os materiais aplicados foram essencialmente a pedra e a madeira. Os pisos foram revestidos a madeira de junípero (ou de cipreste segundo algumas traduções da Bíblia) e as paredes interiores eram de cedro entalhado com gravuras de querubins, palmeiras e flores. As paredes e o tecto eram inteiramente revestidos de ouro.
Após a construção do magnífico templo, a Arca da Aliança foi depositada no Santo dos Santos, a sala mais reservada do edifício.
Foi pilhado várias vezes. Seria totalmente destruído por Nabucodonosor II da Babilónia, em 586 a.C., após dois anos de cerco a Jerusalém. Os seus tesouros foram levados para a Babilónia e tinha assim início o período que se convencionou chamar de Captividade Babilónica na história judaica.
Décadas mais tarde, em 516 a.C., após o regresso de mais de 40.000 judeus da Captividade Babilónica foi iniciada a construção no mesmo local do Segundo Templo, o qual foi destruído no ano 70 d.C., pelos romanos, no seguimento da Grande Revolta Judaica.
Alguns afirmam que o actual Muro das Lamentações era parte da estrutura do templo de Salomão.

 
Autor: Júlio Verne

segunda-feira, 14 de agosto de 2006

Ser Maçon

Entre os maçons que conheço, quase sempre foram três as razões que os conduziram ao caminho da Maçonaria.
Uma das mais comuns, deve-se à herança dos princípios maçónicos que têm levado muitos a trilharem pelos caminhos que outros como objecto da sua admiração lhes indicaram, e de certo modo, legaram na sua formação humana e cívica.
Outra razão, igualmente comum, se não mesmo a mais frequente, está associada ao convite directamente formulado por alguém, que na qualidade de Maçon, revê em alguém, que não o sendo ainda, as qualidades e as características que entende, de boa fé, constituírem a base de um potencial Irmão Maçon.
Finalmente a terceira razão, e decerto a menos frequente, mas não necessariamente menos importante, resulta de uma busca ou encontro mais ou menos fortuito, a que se seguiu o apelo e a atracção da cultura e causa maçónicas.
De qualquer modo, e indiferentemente do modo como cada indivíduo se tornou Maçon, importa saber as razões que levam a cada momento, milhares de pessoas em todo o mundo a abraçarem uma causa, que para a maioria da pessoas é “secreta”, mas que para os mais atentos, é apenas “discreta”.

À imagem pública de “secretismo” segundo a qual, indivíduos de postura suspeita, se reúnem em locais secretos numa atitude quase conspirativa, para aí desenvolverem acções de influência ou de lobby em proveito próprios, sobrepõe-se outra bem diferente e mais consistente com a realidade.
De facto, ser-se Maçon, é pensar-se em si mesmo como um templo que se vai construindo numa busca constante pela melhoria e aperfeiçoamento enquanto indivíduo, e pensar na sociedade geral que o rodeia e acolhe, como objecto igualmente importante da sua acção enquanto ser integrado na mesma, na busca pela Justiça, a Verdade, a Honra e o Progresso, que caracterizam os Maçons, que neles, aplicam dedicadamente toda a sua Força, a sua Sabedoria e buscando a Beleza nas acções e nas obras.
Com efeito, ser-se Maçon, significa trabalhar com dedicação, numa causa de que todos beneficiem, não sujeitar-se a dogmas ou interesses que excluam o bem social dos demais. É acreditar que a saúde, a educação e a cultura são bens essenciais e que a evolução se dá pela via da instrução e do conhecimento e assim, promovê-los de uma forma acessível e universal.
Poderia dizer-se que não se é Maçon porque se quer simplesmente sê-lo. Ser-se Maçon, é sobretudo uma forma de estar que resulta de um esforço continuado, de modo que não se é Maçon porque se tornou apenas, mas porque os outros nos reconhecem como tal.

Autor: Sheikh

sábado, 5 de agosto de 2006

Quadro "Essência Maçónica" - Artista Sílvia Soares

O quadro intitulado “Essência Maçónica” trata-se de uma obra de Arte essencialmente de carácter simbólico que tem como principal objectivo enaltecer a Maçonaria no seu expoente máximo.

A afirmar com convicção e, em simultâneo, a justificar a obra em si, estão representadas as colunas simbolizadoras dos limites do mundo criado, da vida e da morte, dos elementos masculino e feminino, e de tudo o que se pode considerar como activo e passivo; o pavimento em mosaico representado pelo chão em xadrez de quadrados pretos e brancos, com que devem ser revestidos os templos maçónicos e que reflectem a diversidade do globo e das raças, unas pela Maçonaria e com a oposição dos contrários, bem e mal, espírito e corpo, luz e trevas. Nele estão transcritos os fulcrais pensamentos e acções que regem a Ordem Maçónica: Justiça Social, Fraternidade, Aclassismo, Aperfeiçoamento Intelectual e Democracia = Igualdade.
A escadaria apresentada é como uma espécie de guia que nos conduz ao ex-libris da simbologia: o esquadro e o compasso. O Esquadro resulta da união da linha vertical com a linha horizontal, é o símbolo da rectidão e também da acção do Homem sobre a matéria e sobre si mesmo. Significa que devemos regular a nossa conduta e as nossas acções pela linha e pela régua maçónica, temendo Deus como criador do Universo, a quem temos de prestar contas das nossas acções, palavras e pensamentos. Emite, de igual modo, a ideia inflexível da imparcialidade e precisão de carácter e simboliza a moralidade enquanto que o Compasso simboliza o espírito, o pensamento nas diversas formas de raciocínio, e também o relativo (círculo) dependente do ponto inicial (absoluto). Os círculos traçados com o compasso representam as lojas.

Finalmente, a letra G: é a sétima letra do nosso alfabeto onde, por sabedoria, os Maçons apresentam as suas cogitações, que através de estudos, apresentam um resumo dos diversos significados: Gravitação - Força primordial que rege o movimento e o equilíbrio da matéria; Geometria ou a Quinta Ciência - Fundamento da ciência positiva, simbolizando a ciência dos cálculos, aplicada à extensão, à divisão de terras, de onde surge a noção da parte que aos Maçons compete, na grande partilha da humanidade e dos direitos da terra cultivada; Geração - A vida perpetuando a série dos seres. Força Criadora que está no centro de todo ser e de todas as coisas; Génio - Inteligência humana a brilhar com seu mais vivo fulgor; Gnose - Amplo conhecimento moral, é o impulso que leva o homem a aprender sempre mais e que é o principal factor do progresso; Glória - a Deus; Grandeza - O homem, a maior e mais perfeita Obra da Criação; Gomel - Uma palavra hebraica, que entende as obrigações do homem para com Deus e os seus semelhantes. Concluindo, a letra G é, indiscutivelmente, o grande segredo maçónico, segredo tão secreto e misterioso, que nem mesmo os mais cultos e sábios Maçons conseguem decifrá-lo.

Autor: Sílvia Soares
O Quadro "Essência Maçónica" fez parte da exposição: Artistas de Gaia – Exposição Anual de Sócios / 2006 - Exposição na Biblioteca Municipal de Gaia patente de 30 de Junho a 23 de Julho de 2006

sábado, 29 de julho de 2006

O caminho do Aprendiz

Capítulo I - O acordar

Amanhece com o sol a espreitar timidamente pelas janelas que as nuvens combinaram, aspergindo o lugar com um calor calmo, que o crepúsculo teima cada dia em tomar de posse no cacimbo da noite.
O corpo eleva-se lentamente num abandono do lugar onde antes repousara, emprestando a sua forma no leito de areia, num testemunho onde a realidade e o sonho se olharam de frente durante o sono. Avança solenemente ao compasso do silêncio até à beira da água, pelo caminho que os pés nús foram traçando no espaço que o dia prometeu até à chegada da Lua.

Recolhe-se à pequena barca de madeira de acácia, tomando nas mãos as ferramentas com que há-de dar forma à pedra que o aguarda na outra margem, onde nasce o Sol, anunciado pelo aroma das rosas que o vento transporta no tempo.

Guarda as últimas recordações enquanto se liberta das amarras, para tomar nas mãos o leme que a bondade governa enquanto a vela se ergue revolta, enfunada pela alma.
Por fim, a embarcação avança, na travessia que o prendeu, enquanto as ondas lhe anunciam a viagem até ao porto de abrigo, onde mestres e aprendizes trocam artes e conselhos, num renascimento constante.

Capítulo II – A iniciação

A viagem fizera-se mansa quando o peito se ofereceu ao vento enquanto as águas que o acompanharam se fizeram submissas à roda de proa, que decidida fizera da rota traçada a oriente o seu caminho.

Deixara para trás o dia profano e um novo já acorrera sem espera do outro lado, à chegada do homem igualmente renascido.
A subida da margem fizera-lhe mais próximos os sons e os homens, onde os malhetes e cinzéis traçavam na pedra a vontade que os esquadros e os compassos mediam no conhecimento de um novo templo.

Assim, entre iguais, igual se fizera na alma e nas vestes, fazendo seu também, o trabalho que os demais levavam por diante, quais cruzes transportadas por um mosaico de apóstolos, quais irmãos de uma mesma família formada por homens livres e iguais.

Tornara-se então neófito, na sabedoria, na força e na beleza, onde entre companheiros, o lugar de aprendiz lhe concedia o direito e a vontade de aprender mais, que o saber de mestres lhe haveria um dia de desmentir, por mais ainda haver por aprender.

Autor: Sheikh

Maçonaria ?! Reflexões de Aprendiz

Sempre tive comigo este defeito de querer saber mais e mais, sem que para isso me tenha lançado em estudos ou leituras, dignos de outros que nisso admiro.
O que aprendi, muitas vezes nem sei como, nem onde, pois frequentemente tive a intuição e a atenção por companheiras, em lições que a vida me foi lançando ao caminho.
Assim, e sem saber porquê, alguns temas me têm soado à memória como que lembrando-me insistentemente para ir ver e aprender, umas vezes seguidas de um desinteresse igualmente súbito, outras para me revestir das roupagens que o crescimento obriga a renovar em chamamentos mais ou menos compreendidos numa descoberta do dia a dia.

É um exemplo disto a "Maçonaria". Não sabia bem o que era, nem para que servia exactamente.
Nunca lhe tinha estado intimamente ligado, nem cresci em meio ligado ao tema, mas curiosamente o nome sempre me soara familiar e continuara na mesma ignorância.
Se nada acontece por acaso, algum sentido devia ter, quando decidi conhecer o que era e o que a motivava. Se aprender não faz mal, algo deveria ter para ensinar.

Não sei, sei que não sabia, mas sei que não saber foi a principal razão para aprender.

Autor: Sheikh

sábado, 22 de julho de 2006

História da Loja Estrela D'Alva na Maçonaria Portuguesa

Símbolo pós 25 de Abril de 1974
Símbolo original de 1908
RESPEITÁVEL LOJA

 ESTRELA D'ALVA

N.º 289

GRANDE ORIENTE LUSITANO

MAÇONARIA PORTUGUESA 

ORIENTE DE LISBOA

PORTUGAL  



A Loja* Estrela D'Alva nasce em 1871, na cidade de Coimbra, por iniciativa local de um grupo de maçons, que pretendiam assim, reunir-se em torno dos nobres ideais e princípios maçónicos, mantendo-se em actividade até 1873.
Mais tarde, ainda em Coimbra, entre 1908 e 1912, retomou os trabalhos, adoptando o Rito Escocês Antigo e Aceite.
Em 1919, volta ao activo, agora em Lisboa, tendo a particularidade de durante o período de 1937 a 1945 ter adoptado temporariamente o Rito Francês.

Assim, o nome "Estrela D'Alva" atribuído a uma Loja Maçónica, remonta a mais de um século de existência, com o timbre "Augusta, Benemérita e Respeitável Loja Capitular, Areopagita e Consistorial" sob os auspícios do Grande Oriente Lusitano.

Durante a sua existência, o testemunho foi passando por gerações, assistindo a diversos acontecimentos marcantes na vida da sociedade portuguesa, como a Implantação da República, o Estado Novo e a Ditadura, a privação da Liberdade e dos Direitos Humanos, a Clandestinidade, a Guerra Colonial e ao alvorecer da Liberdade em 25 de Abril de 1974.

A Loja Estrela D'Alva, é um dos inúmeros exemplos em todo o mundo, de dedicação aos ideais maçónicos, em prol da Liberdade, da Igualdade e da Fraternidade, subjacentes à Justiça, à Verdade, à Honra e ao Progresso.

Autor: Júlio Verne

(*) Em termos maçónicos, entende-se como "Loja" a congregação de maçons em número e qualidades de acordo com os preceitos maçónicos da Obediência a que a mesma se submete, com o objectivo de exercer uma actividade.

sábado, 15 de julho de 2006

A origem do nome "Estrela d'Alva"


Desde a antiguidade, que à primeira "estrela" a brilhar ao anoitecer e no alvorecer, se tem chamado popularmente de Estrela Vésper, Estrela Vespertina, Estrela Matutina, Estrela do Pastor ou Estrela d'Alva.

Na realidade não se trata de uma "estrela" mas do planeta Vénus, sendo este o corpo celeste mais brilhante depois do "astro-rei" o Sol e da Lua.

Informação científica:Vénus (ou Vênus), é conhecido popularmente como Estrela d'Alva, Vésper ou Estrela do Pastor, devido ao seu grande brilho, cuja magnitude pode chegar a -4,4, é o segundo planeta do Sistema Solar e tem algumas características peculiares. Tem uma rotação retrógrada e lenta, uma atmosfera extremamente densa e um efeito de estufa fortíssimo. A atmosfera é constituída quase exclusivamente por gás carbónico.
Por estar entre a Terra e o Sol, Vénus apresenta fases tal como a Lua. Estas fases foram primeiro observadas por Galileu e foram utilizadas por ele como um indício de que os planetas giravam em volta do Sol.
É, na maior parte do tempo (depois da Lua), o corpo celeste mais brilhante no céu ao anoitecer (ou pouco antes de anoitecer) e o facto de Vénus só aparecer nestas alturas tem a ver com o facto de estar entre a Terra e o Sol.
Sendo o objecto mais brilhante no céu, depois do Sol e da Lua, Vénus é 13 vezes mais brilhante do que a estrela mais brilhante, que é Sírio. Na sua elongação máxima, Vénus está a uns 46º do Sol. Durante 11 meses Vénus, chamada então de Estrela Vespertina ou de Estrela da Tarde, põe-se depois do Sol (no máximo umas 3 horas depois) e nos próximos 11 meses nasce antes dele (no máximo umas 3 horas antes) como Estrela Matutina ou Estrela d'Alva.
Quando está em conjunção superior (Vénus «cheia») está a 258 milhões de km da Terra e quando está em conjunção inferior (Vénus «nova») a 41 milhões de quilómetros, tendo a partir da Terra uma imagem aparente 6 vezes maior. Por isso, quando vemos Vénus mais brilhante é 5 semanas antes ou depois de ele estar na fase de «nova», numa altura em que a parte iluminada do planeta, que é visível da Terra, tem a forma de uma unha.
Desde 1990, a sonda norte-americana Magalhães está em órbita no planeta, enviando à Terra, imagens de radar. No final de 1991, mais de 70% da superfície do planeta já havia sido mapeados.

Autor: Júlio Verne

sábado, 8 de julho de 2006

Princípios Editoriais


A Maçonaria tem por princípios a tolerância mútua, o respeito dos outros e de si mesmo e a liberdade absoluta de consciência. Considera as concepções metafísicas como sendo do domínio exclusivo da apreciação individual dos seus membros e por isso se recusa a toda a afirmação dogmática. Combate a tirania e a ignorância e neste contexto, tudo o que aqui se diz e apresenta, procura ilustrar publicamente os princípios do livre pensamento e do respeito universal pelos direitos de cada indivíduo colectiva e individualmente.
Assim, este espaço dirige-se a maçons e a não-maçons, sendo todas as opiniões recebidas com agrado e respeitadas por igual.

Grémio Estrela D'Alva